Como a inflação afeta as empresas? Entenda!

Não é novidade que, por mais que o Brasil tenha uma importante economia e esteja entre os países mais fortes do mundo no aspecto financeiro, estamos propensos a crises e períodos de instabilidade. Dessa forma, saber como a inflação afeta as empresas pode ser muito importante, especialmente para as iniciantes, como as startups.
Infelizmente, várias lideranças organizacionais não estão preparadas para encarar esse tipo de situação da forma adequada, o que pode acabar afetando de modo negativo o desempenho individual e coletivo na empresa.
Como a inflação impacta nas finanças de uma empresa?
O primeiro ponto em relação à inflação nas empresas é que existem basicamente duas entre as diversas causas do aumento dos preços: a inflação de oferta e a de demanda.
O aumento de insumos necessários para certa produção, por exemplo, acarreta um processo inflacionário que impacta diretamente as empresas. Em contrapartida, o excesso de procura por algum produto ou serviço também aumenta os preços.
A inflação nas empresas aumenta os custos de matéria-prima que, consequentemente, são repassados ao produto, elevando também os gastos com a fabricação de produtos, fornecedores e toda a cadeia produtiva.
Diante desse cenário, é preciso que um negócio cresça pelo menos no ritmo da inflação, principalmente quando as empresas precisam repassar o aumento dos preços ao consumidor.
Quais são os 6 principais índices de inflação do Brasil?
Descubra, a seguir, quais são os 6 mais utilizados no país!
1. IPC
O IPC é o Índice de Preços ao Consumidor. Ele calcula a variação de preços de um conjunto fixo de produtos e serviços. Essa composição é escolhida conforme as despesas das famílias brasileiras que ganham de 1 a 33 salários mínimos ao mês.
A pesquisa de preços é feita diariamente nas seguintes capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.
Existem oito grupos de despesas consideradas no cálculo:
- alimentação;
- habitação;
- vestuário;
- saúde;
- educação
- leitura
- transportes
- despesas diversas
- comunicação.
Dentro dessas classes existem 25 subgrupos, 85 itens, e 338 subitens. O cálculo é feito pela FGV — Fundação Getúlio Vargas, e demonstra, percentualmente, a variação nesses custos.
2. IPCA
IPCA significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mensalmente Seu principal objetivo é mostrar a variação de preços do comércio para os consumidores finais.
No Brasil, é considerado o índice oficial de inflação. O IBGE coleta os dados do primeiro ao último dia de cada mês, considerando 9 grupos. São eles: a alimentação, residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde, transporte e vestuário.
Ele busca medir, percentualmente, a evolução do custo de vida de famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos. Seus dados são coletados em 16 capitais brasileiras.
3. IPA
Diferentemente dos índices anteriores, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é voltado ao produtor. Dessa forma, ele avalia o aumento de preços dos produtos de agronegócio e indústrias no setor atacadista.
Esses são os principais setores que fornecem insumos para empresas no Brasil. Por isso, embora não meça o custo de vida, o índice influencia as companhias brasileiras, que devem repassar os preços aos consumidores.
Medido pela FGV desde 1944, o cálculo é dividido em três versões. O IPA-DI demonstra a média de preços do dia 1º ao dia 30 de cada mês. Já o IPA-10, calcula do dia 11 de um mês ao dia 10 do próximo. E o IPA-M mede os valores do dia 21 de um mês ao dia 20 do próximo.
4. INCC
O INCC significa Índice Nacional de Custo de Construção. Ele calcula a variação de custos dos insumos utilizados em obras habitacionais. Calculado mensalmente pela FGV, esse índice é muito utilizado para a correção de contratos de compra e venda de imóveis.
Ele utiliza dados de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília. Com isso, faz-se uma média dos preços pesquisados, mostrando percentualmente a evolução.
5. INPC
Sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC tem a finalidade de corrigir o poder de compra dos salários. Ele considera as oscilações dos valores de uma cesta de consumo para pessoas com um rendimento mais baixo.
Assim, a classe alvo são as famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos nacionais. As pesquisas são feitas em 16 capitais do Brasil, em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
6. IGP
A FGV também divulga o Índice Geral de Preços (IGP) desde o final dos anos 40. Ele é formado pela média de outros três índices. O IPA (com um peso de 60%), o IPC (com um peso de 30%) e o INCC (com um peso de 10%).
Existem 3 versões do IGP: o IGP-DI, o IGP-M e o IGP-10. A única diferença entre eles é o período em que a coleta de dados é feita. O IGP-DI calcula do primeiro ao último dia do mês. Já o IGP-M calcula do dia 21 ao dia 20 do mês seguinte. Por fim, o IGP-10 mede do dia 11 ao dia 10 do mês seguinte.
Agora você já sabe o que são índices de inflação e quais são os 6 principais do país. Lembre-se de considerá-los em seus investimentos, pois eles podem influenciar o ganho real. Além disso, a inflação afeta a sua vida financeira na totalidade!

Quais as causas do aumento na inflação?
A inflação nas empresas ou fora delas pode ter diferentes causas, mas geralmente ocorre pela demanda de oferta e procura.
Isso acontece porque quanto mais interesse em adquirir produtos e serviços em falta no mercado, provável é o aumento dos preços.
Os fatores podem causar esse aumento são:
- Variação de oferta e demanda: a tendência é que os valores subam à medida que há mais procura do que quantidade disponível para venda, já o contrário faz os produtos desvalorizarem e os preços caírem;
- Aumento da impressão de papel-moeda: com mais dinheiro impresso, existe aumento na circulação e desvalorização da moeda;
- Variação de custos de produção: é um tipo de inflação que aumenta os custos operacionais devido ao preço dos insumos;
- Inflação psicológica: quando a população acredita na subida contínua dos preços e gera retroalimentação da inflação.
Como as empresas podem compensar os efeitos da inflação
Diante de todo esse contexto de impactos diretos e indiretos da inflação nas empresas, é essencial destacar que as organizações precisam estar preparadas para as variações do mercado.
Isso porque novos cenários exigem, também, novas formas de enxergar oportunidades de negócio ou alternativas para driblar os efeitos negativos.
Capacidade de repassar os aumentos de preços
O aumento nos preços permite que o negócio compense os efeitos da inflação à medida que os custos são repassados para o produto ou serviço. Dessa forma, é possível manter o fluxo de caixa e o volume de vendas com um bom poder de precificação.
Capacidade de reduzir seus custos
Outro ponto de compensação é a capacidade de reduzir os custos que não geram receitas e não são estratégicos.
Contudo, negócios com uma estrutura baseada em preços fixos elevados apresentam mais dificuldade em diminuir esses custos.
Baixa necessidade de CAPEX
Para compensar os efeitos negativos, os negócios que possuem pouca necessidade de investimentos para expansão (CAPEX) têm mais oportunidade.
Em contrapartida, a inflação aumenta os custos de reposição dos ativos existentes, dificultando um pouco mais para empresas que possuem alta necessidade de CAPEX.
Estrutura de dívida adequada
Outra forma de compensar os efeitos da inflação nas empresas é estar atento ao grau de dependência das dívidas da organização em relação aos índices inflacionários, pois o contrário pode trazer reviravoltas negativas.
Controlar despesas financeiras e administrativas
Por fim, a última maneira para compensar esses efeitos é ter uma boa gestão das despesas financeiras e administrativas.
Outro ponto muito importante para a organização é a segurança, que segue todas as regras em conjunto com o Banco Central.

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